Não há como deixar passar essa data sem contar um pouco da nossa própria história em meio a história de Cuiabá.
Fundada em 1719, às margens do rio Coxipó, esta cidade concede àqueles que aqui chegam, desde o primeiro momento um acolhimento que só se tem aqui.
A calorosa (mesmo) capital Mato-Grossense está cercada de belezas naturais exuberantes, é ponto central de negócios da agroindústria, possui uma cultura riquíssima, um amplo patrimônio histórico e um povo sem igual: sua maior riqueza.
“Esta cidade concede àqueles que aqui chegam, desde o primeiro momento um acolhimento que só se tem aqui”
Para comemorar o seu tricentenário, a cidade está em festa! Embora, a julgar pelo bom humor e animação do povo que a habita, pareça que é sempre festa!
No coração da América do Sul, Cuiabá recebe cada vez mais pessoas acreditando no potencial de desenvolvimento deste lugar. Gente que quer trabalhar e criar raízes aqui. Esse fato se comprova com a constatação de que a população aumentou mais de dez vezes nesses últimos cinquenta anos.
E a conversa não para por aí, quem vive aqui sabe que se encontra um cuiabano em qualquer lugar do mundo! E isso proporciona uma sensação de estar em casa.
No final do século passado, com a divisão do Estado e a criação o Estado de Mato Grosso do Sul, a Cidade Verde tem experimentado o progresso a largos passos, passando por transformações de diversas ordens: políticas, tecnológicas, econômicas e sociais. Com a abertura de novas estradas e o constante investimento em infraestrutura, a comunicação com o restante do País tem se tornado frequente e produtiva.
A fundação da cidade aconteceu por motivos similares ao que ocorreu nos primeiros anos do Brasil; bandeirantes chegaram na região a fim de capturar índios para que trabalhassem na lavoura. Chegando aqui, descobriram minas de ouro e diamantes, o que motivou o início da fundação da Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.
Registros históricos dão conta que a Vila foi reconhecida como cidade em 17 de setembro de 1818. Entretanto, a sede da capitania não era Cuiabá, mas Vila Bela da Santíssima Trindade. Depois, em agosto de 1835, Cuiabá foi elevada à categoria de capital do Estado, por intermédio também da Proclamação da República.
A origem do nome “Cuiabá” ainda resta controversa. Há quem diga que decorra que “Ikuiapá”, um local onde os índios bororos pescavam com “Ikuia”, uma espécie de flecha arpão, quanto “pá” significa lugar. Outra versão diz que o nome é oriundo do termo guarani “kuyaverá”, lontra brilhante. Há também a possível origem tupi, idioma em que “cui” designa farinha e “abá”, homem, resultando em algo como “farinheiro”.
Por falar em farinha, quem vem a Cuiabá precisa provar a culinária local. A mesa é farta de peixes, comumente acompanhados da famosa farofa de banana. Também é daqui uma preparação saborosa de arroz com carne, conhecida como Maria Isabel, servida com feijão empamonado. Conhece banana chips? Tem por aqui, doce e salgada. Pixé? Doce feito com milho torradinho socado, já rendeu música e dança. Além disso, doces diversos, com gostinho de sobremesa feita por vovó são preparados por aqui: furrundú (feito de cidra ralada ou mamão verde), doces de frutas típicas como caju e manga… para os comuns tchá cô bolo, tem ainda os conhecidos bolinhos de queijo e de arroz assados em forno de barro pela querida Dona Eulália. A série de delícias continua longamente.
“ Chegar a Cuiabá é tornar-se “xomano”; “seu mano”, irmão”
A expressão linguística regional também é única: só aqui alguém poderia te pedir para “largar de moage”, como sinônimo de “relaxe, deixe de frescura”; responder a um susto dizendo “vôte”, que é tão daqui que nem tradução tem. Chegar a Cuiabá é tornar-se “xomano”; “seu mano”, irmão.
Diz a tradição local que quem come cabeça de pacu, peixe nativo da região, não sai mais daqui. Mas, nem precisa comer, Cuiabá é apaixonante!
É evidente que ainda há muito o que construir, melhorar; e para isso vamos continuar refletindo, debatendo e trabalhando arduamente a fim de que com toda a dignidade que esta cidade merece, que comemoremos mais aniversários.
Viva Cuiabá! São 300 anos de intensa produção, de beleza, de riqueza!
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