Tema que já transitou nesta coluna recentemente, a construção da Rota Rondon merece ser discutida em detalhes e sob várias perspectivas, considerando os inúmeros benefícios econômicos, incorporando aspectos jurídicos, políticos e sociais que tanto interessam a Mato Grosso e ao Brasil. Como se sabe, trata-se de uma iniciativa de infraestrutura viária que visa conectar o nosso Estado com países da América do Sul, como Bolívia e Peru, por meio de rodovias estratégicas.
Inicialmente, sob o prisma do desenvolvimento econômico, a rota contribuirá significativamente para a redução de custos logísticos, uma vez que viabiliza um corredor de transporte mais eficiente para a exportação e importação de mercadorias entre o Brasil e os países vizinhos, como Bolívia e Peru.
Importante citar que essa redução de custos é relevante na medida em que impacta a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional, potencializando o aumento de receitas e o fortalecimento da economia nacional. Além disso, a rota facilitará a integração de diferentes mercados, promovendo a circulação de bens e serviços de maneira mais célere e menos onerosa, o que está alinhado com os princípios constitucionais de livre iniciativa e liberdade econômica.
“Sob a ótica da integração regional, a Rota Rondon funcionará ainda como um importante instrumento de fortalecimento das relações diplomáticas entre os países sul-americanos”
Sob a ótica da integração regional, a Rota Rondon funcionará ainda como um importante instrumento de fortalecimento das relações diplomáticas entre os países sul-americanos. A promoção de uma infraestrutura robusta e interligada é um fator que, conforme estabelecido em tratados internacionais, facilita o cumprimento de acordos de cooperação e comércio, fomentando a união de esforços para o desenvolvimento comum e, ao mesmo tempo, atendendo aos preceitos de direito internacional econômico e de integração regional.
De extrema relevância, a logística concernente à construção da Rota Rondon será primordial para o Estado de Mato Grosso, já que ele ocupa uma posição preponderante no contexto agropecuário brasileiro, destacando-se como um dos maiores produtores de grãos e carnes do país. A eficiência logística é, portanto, vital para a competitividade dos produtos, tanto no mercado interno quanto no cenário internacional. A rota projetada facilita o escoamento da produção, acarretando uma redução nos custos de transporte e no tempo de entrega, aspectos fundamentais para produtos perecíveis e para a manutenção de preços competitivos. Além disso, a Rota Rondon constitui um eixo estratégico de ligação com mercados internacionais, particularmente na América do Sul, como Bolívia e Peru, permitindo a expansão das exportações de Mato Grosso para novos destinos e minimizando a dependência de rotas e mercados tradicionais.
Ademais dos benefícios econômicos, a rota logística exerce impacto direto na atração de investimentos, tornando a região mais interessante para investidores nacionais e internacionais. A presença de uma infraestrutura de transporte eficiente diminui o risco e os custos inerentes ao deslocamento de mercadorias, incentivando o estabelecimento de novas indústrias e empresas no estado.
Outrossim, não se pode deixar de mencionar que é por meio das vias de transporte que se tem o acesso a bens de consumo, serviços de saúde e educação, além de favorecer a mobilidade interna e o turismo, elevando a qualidade de vida da população. No tocante à segurança, a Rota Rondon fortalece o controle das áreas fronteiriças, facilitando o monitoramento e a repressão de atividades ilícitas, como o contrabando e o tráfico de entorpecentes, assegurando, assim, a proteção dos cidadãos e a soberania do Estado. Dessa forma, a logística proporcionada pela Rota Rondon transcende a mera funcionalidade econômica, abarcando também dimensões sociais e estratégicas, contribuindo para o desenvolvimento integrado e sustentável de Mato Grosso.
Todos esses aspectos estão intrinsecamente ligados ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, na medida em que ampliam o acesso a direitos básicos para populações em situação de vulnerabilidade. Ademais, a geração de empregos decorrente das obras de construção e manutenção da rota consigna-se como uma forma de promoção do direito ao trabalho, contribuindo para a redução do desemprego e a melhoria das condições de vida.
Portanto, para além dos benefícios econômicos diretos, a concretização da Rota Rondon favorece o cumprimento de princípios jurídicos e valores constitucionais fundamentais, como a promoção do desenvolvimento, a segurança, e o bem-estar social. A iniciativa, portanto, transcende a mera construção de uma infraestrutura viária, representando um compromisso com o progresso integrado e sustentável da região de Mato Grosso, do Brasil e da América do Sul.