Dizem que de médico e louco todo mundo tem um pouco. Até algum tempo atrás, a coisa meio que parava por aí, mas hoje em dia, com o advento da globalização, do acesso as inúmeras informações e com a comunicação se disseminando de maneira incrivelmente rápida, é muito fácil encontrar aqueles que se autointitulam especialistas nos mais diversos assuntos, embora nunca tenham realizado, de fato, nenhuma pesquisa sobre os respectivos temas.
Não é raro encontrar quem tenha postura rígida nos assuntos sobre o agronegócio; defensivos; nutrição; oncologia… E como em todo assunto relevante para a vida em geral e que tenha grande repercussão no nosso meio, é preciso ir além dos achismos e de informações fragmentadas que se tenha por aí.
“Não é raro encontrar quem tenha postura rígida nos assuntos sobre o agronegócio; defensivos; nutrição; oncologia… E como em todo assunto relevante para a vida em geral e que tenha grande repercussão no nosso meio, é preciso ir além dos achismos e de informações fragmentadas que se tenha por aí”
Por se tratar de conteúdo que interessa à população brasileira, é muito comum que artistas e figuras públicas manifestem-se e criem teses diversas, que, por sua vez, em alguns casos, prestam um grande “desserviço” a população, espalhando inverdades.
Engenheiros de obra pronta, os críticos apontam para seus alvos e constituem um arcabouço de desinformação agronômica, alegando que as metodologias utilizadas empobrecem o solo; favorecem o desmatamento e estimulam a fome e a desigualdade pelo mundo.
Os ataques recorrentes são infundados, partindo da premissa que se a tecnologia usada nas plantações enfraquece o solo, o agro já teria enfrentado um ponto final há tempos. Pelo contrário, as técnicas e estudos orientam para um solo cada vez mais nutrido, que resulta em plantas mais fortes e saudáveis, essas, em última instância, acabam também por colaborar com a melhor produtividade, ou seja, é total interesse do produtor ter uma terra fértil.
No que concerne ao desmatamento, já discutimos que as normativas às quais devem se submeter os proprietários de terras são duras e a fiscalização é implacável. O produtor vive adaptando-se e buscando cumprir as inúmeras leis que regem sua atividade. Por outro lado, as terras que mais sofrem com desmatamento, queimadas e garimpos ilegais são aquelas que encontram-se sem um responsável legal. São terras objetos de ações que se arrastam por anos e /ou mal administradas pelo poder público.
Quanto à contribuição para a fome mundial, não há o que se debater. Não faz sentido acusar os produtores de alimentos de causar a fome. Antes, é preciso pensar nas políticas públicas que em quase nada auxiliam com quem realmente almeja trabalhar, ao passo que tem que se equilibrar entre a instabilidade de mil tributos, burocracia e insegurança jurídica.
Não custa lembrar a importante participação dos agricultores familiares na soma dos números do mercado da agropecuária; bem como a valiosa contribuição do setor na geração de empregos e com a receita nacional.
Talvez de médico e louco todo mundo tenha um pouco mesmo. Quem nunca receitou um chazinho para um querido às vésperas de uma gripe? Parece caber. Também é preciso um pouco de coragem, como a de loucos, para enfrentar a vida que se dispõe diante de nós. Mas, para ser cientista, agrônomo e afins, é preciso mais que isso. Bradar notícias infundadas e sem comprovação científica por aí, além de prejudicar pessoas inocentes; é uma irresponsabilidade e pode acarretar a necessidade de responder juridicamente.
Fonte: rdnews.com.br
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